segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Torque ou Potência? Compreendendo as Forças do Motor

Escrito por Alex   
07-Set-2008
Image“Comprar gato por lebre”. Esse termo nunca caiu tão bem quanto ao tratarmos do assunto motores. O cidadão vai a concessionária fazer um test drive em um modelo novo. Sobe na moto e sai acelerando tudo. Em segundos, atinge uma velocidade alta. Ele volta e diz: “Puxa, essa moto é potente!” Na verdade, ele devia ter dito: “Essa moto tem muito torque” 

 

Esse erro é mais comum do que se pode imaginar, no meio motociclístico e automobilístico.

 

Mas então o que é torque e o que é potência? Ambos são atributos físicos de um motor que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado. Ambos exercem funções diferentes no motor, mas trabalham em conjunto.

 

 

O Torque

 

Quando você faz força para desrosquear uma tampa de um vidro de conservas com a mão, se está aplicando torque. O torque é calculado da seguinte forma:

 

T = f.d

Onde:

T – Torque (Kg.f)

f – força (Kg)

d – distância (m)

 

Então, por definição, torque é o resultado da força aplicada multiplicado pela distância. O torque é, portanto, a força que produz ou tende a produzir rotação ou torção.

 

Temos, portanto duas variáveis para calcular o torque: a força empregada (em quilogramas) e a distância (em metros) da alavanca em relação ao ponto de aplicação do esforço.  

 

Imagine-se tentando soltar uma porca que esteja travada. Você exerce uma força sobre a chave estrela e não consegue girar a porca. Nesse momento, você coloca uma alavanca na outra extremidade, segura essa alavanca no final e aplica a mesma força sobre a chave. Mas dessa vez a porca se solta com facilidade.

 

Por que? Ora, ao colocar a alavanca no fim da chave, se aumentou a distância entre o local a exercer a força e o local onde você está exercendo essa força. Em resumo, aumentou a distância (d).

 

Um exemplo: Digamos que você esteja usando uma chave estrela de 30cm para soltar uma porca. Na ponta oposta da chave, você está aplicando uma força de 5kg. Se aplicarmos à fórmula, temos que o torque que você está aplicando é de 1,5kg/f. Agora, se você colocar uma alavanca na extremidade da chave, que a aumente para 50cm e, aplicar a mesma força de 5Kg, terá (T = 5 X 0,50) 2,5kg/f.

 

Da mesma forma, se quiser aplicar este torque de 2,5kg.f mantendo a chave de 30cm, terá que aumentar a sua força para aproximadamente 8,33kg.

 

Aplicando essa teoria em um motor, temos que, quanto maior o curso do pistão (entenda-se pelo movimento da biela do ponto morto inferior ao ponto morto superior), maior será o torque gerado por esse motor, devido ao comprimento da biela (alavanca).

 

 Como o torque é a força que produz rotação (no caso, do virabrequim), o motor já apresenta torque a partir de sua rotação mais baixa (marcha lenta). Esse torque sobre proporcionalmente à medida que a rotação do motor sobe, atingindo seu pico em determinada rotação. Se a rotação continuar a subir após o pico de torque máximo, este tende a cair. Por que? O movimento do pistão está relacionado a queima de combustível. Quanto melhor esta queima (explosão), mais energia é gerada para empurrar o pistão para baixo (e gerar a rotação do virabrequim e conseqüentemente gerar o torque). Em uma rotação muito alta, os tempos de admissão e escape diminuem e, com isso, a queima não é tão perfeita, o que gera a perda de torque.  

 

Quanto menor for a rotação exigida para se alcançar o torque máximo, mais utilizável é o torque.

 

Portanto, quando aceleramos a moto para atingir a velocidade desejada, estamos usando o torque; quando subimos um morro, estamos usando o torque.

 

Imagine a cena: No meio de uma trilha, o piloto se depara com um tronco atravessado no caminho. Se bater com a roda dianteira no obstáculo, o tombo é praticamente certo. Assim que a roda dianteira se aproxima do tronco, o piloto dá uma queimada na embreagem. Com isso, a roda dianteira empina e passa pelo obstáculo. Na verdade, o que se fez foi subir o giro do motor o mais próximo possível da rotação onde o torque é maior, gerando uma força repentina que empurra a moto e facilita empinar a roda.

 

 

A Potência

 

Já a potência é a grandeza responsável pela manutenção da velocidade desejada, e o tempo necessário para alcançá-la. Portanto, a potência está relacionada a outras duas grandezas: velocidade e tempo.

 

 A potência, é determinada normalmente em cv (cavalo vapor) e tem um valor pré-fixado: 1 cavalo vapor é o equivalente a se suspender 75Kg, a um metro de altura, no intervalo de 1 segundo, ou seja, 1cv equivale à 75kg.m/s. A título de curiosidade, em 1769 o escocês James Watt inventou a primeira máquina a vapor que podia mover rodas. Watt queria demonstrar quantos cavalos sua máquina a vapor podia substituir. Para isso, era necessário saber a potência de um cavalo. Verificou-se que um cavalo podia elevar uma carga de 75 kg a um metro cada segundo, fazendo um trabalho de 75 kgm por segundo. Daí o nome o cavalo vapor.

 

Para calcular a potência, precisamos ter os dados de muitas variáveis. Somente um teste em dinamômetro (a potência efetiva é obtida no volante do motor) pode fornecer com exatidão a potência gerada por um motor. Mas é possível estimar este valor. São diversos cálculos elaborados para se estimar a potência teórica (estimada com base em propriedades físicas e consumo de combustível), potência indicada (estimada a partir da pressão sobre o pistão e das características dimensionais do motor).

 

 Tanto no teste do dinamômetro quanto no cálculo, o resultado é a quantidade de trabalho mecânico fornecido pelo motor em um instante. É desse resultado que se deduz a potência gerada.

 

O trabalho mecânico é sempre composto dos dois fatores: Uma força que se mede em Newtons (N), que atua por impulso (pressão dos gases durante a explosão e em seguida, a expansão derivada dessa explosão) ou por tração; e um deslocamento do ponto de ação desta força. Este deslocamento é medido em metros na direção em que a força provoca o movimento (para baixo, empurrando o pistão). Portanto, a potência está relacionada a velocidade de queima do gases, ao alto regime de giros, e, portanto, ao pouco curso do pistão.

 

 E é o produto dos valores destas duas grandezas quem fornece a quantidade de trabalho efetuado, medido em Joules (J). Portanto, a potência é a rapidez com a qual um trabalho é realizado num determinado tempo.

 

 

Torque e Potência

 

Para melhor tentar identificar o que é torque e o que é potência, imagine um atleta que corre os 100 metros rasos. Dada a largada, ele começa a tomar velocidade dando pisadas fortes no solo e com isso empurrando o corpo à frente. O que ele está fazendo é usar o seu torque. À medida que ele alcança a velocidade máxima que pode alcançar, as pisadas são mais leves, apenas para mantê-lo em frente naquela velocidade. Nesse momento ele está usando a potência.

 

É possível ter em um motor torque e potência satisfatórios? A resposta é: não! Como vimos, o torque está associado a um curso grande do pistão, a baixa velocidade dos gases na explosão e na exaustão. Já a potência está relacionada a velocidade maior de explosão e eliminação dos gases e esta velocidade está relaciona ao pequeno curso do pistão.

 

Um exemplo disso são os motores automotivos de 1.0 litro. No início tinham pouco mais de 50cv. Hoje em dia, rendem quase o dobro disso. A grande responsável por isso foi a utilização de cabeçotes multi-válvulas. Com mais válvulas, a passagem dos gases é mais rápida, gerando maior trabalho mecânico (impulso). Por outro lado, esses motores se mostram sofríveis no anda e pára do trânsito urbano, pois, justamente pela passagem rápida dos gases, (principalmente na exaustão) que não ficam na câmara o tempo suficiente para empurrar (com toda a força que ele pode gerar) o pistão para baixo.

 

Daí também podemos concluir os motivos pelo qual o motor de 2 tempos é mais potente que o de 4 tempos e este último tem mais torque que àquele (baseando-se em motores de mesma cilindrada). O motor de 2 tempos, por não ter válvulas, suas janelas são abertas e fechadas pelo movimento do pistão. Como a janela de escape fica bem alta, assim que ocorre a explosão, o pistão é imediatamente empurrado para baixo e abrindo a janela de escape. Então os gases escapam antes do que deveriam, o que limita o torque do motor. As válvulas de escape utilizadas em motores mais modernos tentam inibir um pouco este defeito deste tipo de motor, ao fechar parcialmente a janela de escape em baixos giros e abrindo gradualmente a medida que os giros sobem. 

 

Estruturalmente falando, temos motores superquadrados, subquadrados e quadrados. Essas terminologias se referem a relação diâmetro X curso do pistão. Quando o diâmetro é maior que o curso (ambos medidos em milímetros), o motor é subquadrado, gerando mais torque; quando o curso é maior que o diâmetro, o motor é superquadrado, gerando mais potência. Um meio termo é o motor quadrado, quando as medidas de curso e pistão são idênticas (ou muito próximas). Nessa configuração, o motor gera torque e potência, sem ser excepcional em nenhum deles.

 

Outros pontos a serem analisados, são os dados de torque e potência fornecidos pelos fabricantes. Esses dados são apresentados em seus valores máximos para aquele motor. Note que junto com o valor, vem a que rotação o motor alcança aquela grandeza. Normalmente, os picos de torque e potência nos motores de motos são gerados em rotações elevadas, pouco ou dificilmente atingidas em grande espaço de tempo. Portanto, não é sempre que se utiliza toda a força do motor.

 

Aliás, quanto mais plana for a faixa de torque e potência, ou seja, os valores se aproximam do máximo na maior faixas de rotações possíveis, melhores serão as respostas do motor.

Escrito por Alex   

http://www.clubedasmotocas.com

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aqui vão algumas dicas para melhorar diversos itens da CB 400

Aqui vão algumas dicas para melhorar diversos itens da CB 400 ou mesmo que ajudam a melhor preservá-la, diminuindo a manutenção e aumentando a longevidade de algumas peças.

01 – “Casca de cobra” 
em volta do tanque: as CB’s não saíram com nenhum friso ou proteção nas bordas prensadas do seu volumoso tanque. Uma boa dica são os frisos automotivos conhecidos como “Casca de cobra”, uma borracha facilmente moldável vendida por metro em uma boa loja de autopeças. É necessário cerca de 2 metros, para trabalhar com uma margem de segurança. Comece por um dos lados do tanque, um ou dois dedos à frente das tampas laterais, e vá colocando a borracha (pressione bem para não sair) em toda a lateral. Termine também um ou dois dedos à frente da tampa lateral oposta, corte o excedente com tesoura de jardinagem. Pronto! Além de um visual muito bom, essa borracha é uma proteção nos trabalhos de oficina e afins.

02 – “Contact” na lanterna: muitas CB’s saíram de fábrica com lanternas “Stanley”, que tinham uma plaquinha cromada que ia em volta da lâmpada da lanterna traseira. Muitas se perderam, outras enferrujaram, e algumas CB’s nem isso tinham, saíram sem nada reflexivo atrás da lâmpada. Uma dica é moldar um pedaço de “Contact” cromado (ou dourado, tem os dois) no formato da lanterna traseira. Faça os furos para o soquete da lâmpada e para os parafusos. É para a capa vermelha de acrílico “prensar” a folha de “Contact” em suas bordas. De dia a luz fica mais visível, aumentando a segurança, e de noite é ainda mais show. Nas setas não precisa, mas se alguém tiver (muita...) paciência, vá em frente. O resultado compensa !!!

03 - Proteja suas ponteiras: os escapes originais da CB’s são bem resistentes e duram bons anos. Mas para protegê-los ainda mais e prolongar sua durabilidade existe um artificio. Na compra de ponteiras novas, compre também tinta para escape (“Alta Temperatura”) em preto fosco. Proteja as partes cromadas e “mande ver” tinta dentro das ponteiras, dos dois lados (a entrada e a saída dos gases), antes de instalá-las na moto. Use meia lata para cada ponteira, encharcando mesmo de tinta o interior delas. Deixe secar um dia ou mais e instale. A tinta irá proteger bem todos os locais de aço que antes ficavam em contato direto com os gases do motor ou com a água das lavagens. Para os (ainda) mais cuidadosos, use primeiro tinta anti-ferrugem depois a “Alta temperatura”. Seguramente sua ponteira irá mais longe...

04 – “Estrelas cromadas”: quem tem as estrelas das rodas “Comstar” já meio opacas e com pontos de ferrugem, a solução pode ser cromar ou pintar. O cromo fica magnífico, mas é caro. Tinta comum irá tirar a beleza, brilho e originalidade da roda. Uma boa pedida são as novas tintas de cromo. Calma, não é uma tinta que croma, mas sim uma tinta que tem pigmentação de cromo. Proteja os aros de duralumínio e pinte as estrelas. O resultado fica excelente, para muitos melhor que cromar, já que os pigmentos espalhados dão um toque charmoso à roda. É bem mais em conta e à dois metros da moto é bem possível achar que a roda foi realmente cromada, tão bom que fica. Aproveite e pinte o “espelho” do tambor traseiro.

05 – Filtro de combustível: com certa idade, é natural que os tanques tenham um pouco de ferrugem em seu interior. Além de uma boa lavagem, é recomendável que se use filtros de gasolina para proteger e manter a regulagem dos carburadores. Cuidado: os filtros de papel e de tela de aço são bons, mas muito fracos justamente com ferrugem. Pode usá-los, mas troque a no máximo três meses. Existe em algumas lojas filtros importados, de espuma ou tela sintética. Estes duram muito. São mais caros, mas compensa pelo tempo que duram, mais de um ano. Procure usar mangueiras transparentes e evite fazer muitas curvas com as mangueiras, e claro, se você achar, use uma gasolina de boa qualidade...

06 – Barra Estabilizadora: desde a época de seu lançamento, muitos reclamavam da “moleza” da suspensão dianteira da CB, principalmente nas frenagens. Então colocava-se uma barra estabilizadora unindo as bengalas. Muitos podem dizer que é besteira. Palavra de quem tem a tal barra: melhora mesmo a frente da moto, seja em freadas ou nas curvas (principalmente as mais insanas...). É um acessório barato, vem cromado, e não atrapalha nada. Sua eficácia será sentida, principalmente por quem costuma andar meio forte às vezes! Tanto que a própria Honda colocou uma barra unindo as bengalas nas 450...

07 – Radiador de óleo: esse é famoso!! Existia quando a CB ainda era fabricada um kit de radiador de óleo para as 400. Trocava-se apenas a tampa do filtro do óleo e já vinha com os tubos, com o radiador (claro), e com as braçadeiras. Era só colocar. Hoje esse acessório parou de ser fabricado, mas ainda é possível achar um em lojas de motos antigas, em São Paulo por exemplo. Reduz a temperatura de funcionamento do motor e é recomendável para quem anda muito apenas na cidade. Cuidado: Quem tem escape “2 em 1” geralmente os tubos passam por debaixo da tampa do filtro de óleo, ou seja, não há espaço para a saída dos tubos do radiador, então não dá para colocar. Ou é o escape “2 em 1” ou o radiador com os silenciosos originais.

08 – Farol: os originais redondos das CB’s são muito bons e bonitos. Mas é normal encontrar algumas com faróis quadrados das 450. Se for gosto pessoal tudo bem, mas se for por dificuldade de se achar o (caro) original, existe uma saída. O farol da Honda Strada 200 é do mesmo tamanho do da CB 400. A única diferença é que seu arinho não é cromado. Em desmanches é fácil de achar e é bem mais em conta. Quem é mais exigente, que mande cromar seu aro.

09 – Amortecedor de direção: esse é raro de se encontrar em uma CB. Mas quem quiser colocar, aqui vai a dica: use aqueles que equipam as Honda “four’s” dos anos 70, pois são muito resistentes, são reguláveis e mais baratos. Tem de furar a mesa inferior e mandar algum conhecido fazer um suporte que se prende ao quadro e sustente o amortecedor. Além disso tem de tomar muito cuidado para na viradas do guidão o tubo do amortecedor não esbarrar no motor. Ou seja, é meio complexa sua instalação. Algumas (muito raras) CB 400 ano 1980 (importadas) vieram com o tal amortecedor de fábrica e seu suporte é soldado ao quadro e a mesa é um pouco diferente, mas nada impede de colocar numa CB normal.

10 – Lanterna traseira “Bol’Dor”: a Honda, no mesmo tempo que lançava a CB 400 no Brasil, tinha a linha chamada “Bol’dor”, as CB’s 750, 900 e 1050 (seis cilindros). Algumas dessas motos entraram clandestinamente no Brasil (lembram-se da proibição das importações??) e fizeram sucesso junto aos motoqueiros. As lanternas traseiras desses modelos eram muito belas e alguns as colocaram nas CB 400. Fica muito bonito o visual e aumenta a segurança, pois tem duas lâmpadas. Vale o mesmo para o radiador de óleo: só é possível encontrar uma dessas em lojas de motos antigas. Algumas lojas colocavam à venda os chamados Kit Bol’Dor, que era o kit de pintura e essa lanterna traseira igual às 750 e 900 da Honda. Quem quiser se diferenciar...

11 – Escapamento: os silenciosos originais das CB’s são bons e baratos na substituição. Mas saiba que existem muitas opções no mercado. Primeiro tem os “2 em 1”. Alguns são mais antigos e de desenho diferenciado. Os modernos (dizem) são mais bem estudados. Agora, se quiser manter as curvas originais e mudar as ponteiras, tem muito mais opção. Primeiro as de desenho mais “radical” como as que o Gustavo usou em sua CB, de forro interno moldável. Já estão fora de linha e são bem difíceis de serem encontradas, só com sorte. Tem as de desenho mais esportivo. Um imita o desenho dos silenciosos da Strada 200. Outra é de alumínio e imita as ponteiras de esportivas (essas ficam um show). Outras imitam as das motos BMW, mas são caras e também difíceis de se achar. Há quem coloque tubos diretos, e o ronco não fica tão alto e feio não. Enfim é só usar a criatividade e o gosto pessoal para ter uma CB só sua !!!

12 – Buzina: a original é mesmo sofrível. Experimente colocar uma daquelas caracol, mesmo as usadas em carros. Ligue direto na bateria seu fio de força. Os mais afoitos colocam duas de uma vez! Cuidado apenas para não sobrecarregar o sistema elétrico!! E “sai da frente”!!!

13 – Outros acessórios: Tem muito tipo de protetores de motor e de banco (dianteiro e traseiro). Vai do gosto pessoal. Saiba que em tombos leves eles protegem tanque e etc. Mas em tombos mais fortes eles podem entortar a estrutura da moto, pois repassam o choque para o quadro. Vai da consciência de cada um. 
Tem os bagageiros traseiros ainda. Já ninguém os faz mais. Tem de achar em desmanches e recromar ou pintar. Quanto aos alforges também é gosto pessoal o modelo e tamanho. Muitas lojas já tem os suportes certos para a CB 400/450. Quanto à malas de fibra, tipo polícia, sem chance. Resta alguém se habilitar a tirar um molde e passar a vender...

14 – Carenagens: na época áurea das CB’s existia a “Fórmula Honda 400”, e alguns aplicaram as carenagens de pista para a rua. Até eu queria achar uma dessas... Mas hoje tem as chamadas meia carenagens, ou carenagens de farol, ou ainda (para quem é mais antigo) carenagens “Bikini”. É só fazer uma rápida pesquisa na internet que se acha os modelos para CB 500, GS 500 e afins. Servem sim na CB 400 (farol original redondo). Tem ainda as meia carenagens das 450 Esporte (farol quadrado). São difíceis de se achar também. 
Soube que existiu umas carenagens “turísticas”, com até local de instalação de rádio, mas nunca vi... 

15 – Molas no conduítes: essa já é meio tradicional no meio custom. Coloca-se molas cromadas como uma capa sobre diversos cabos de comando ou conduítes. Os locais mais tradicionais são os condutores do sistema de freios (flexíveis) e sobre as mangueiras de combustível. Mas também coloca-se sobre os cabos de velocímetro, conta – giros, embreagem, acelerador, etc. No caso das CB’s, nos flexíveis dos radiadores de óleo essas molas são até recomendáveis, pois protegem os conduítes de pedradas e outras coisas voadoras que podem cortar uma mangueira dessas. Aí é a esparrama de óleo na pista, e até um tombo. Além de ficarem muito bem esteticamente.

16 – Rodas raiadas: para quem não sabe, existe até kit’s especiais para transformar uma CB 400/450 em uma legítima custom. O visual chega perto de uma Honda Shadow. Para tanto, as rodas são trocadas por outras raiadas, de medidas diferentes e mais largas. Para quem não curte o estilo custom, mas quer rodas de outras medidas (lembre-se, menor raio = maior agilidade) e mais largas, é só pedir para fazer, e não sai tão caro. Um conhecido colocou em uma CB 400 prata, nas medidas raio 17 e com pneus 100 na dianteira e 130 na traseira, só para exemplificar. Além de ficar mais baixa e ágil, a estabilidade ficou próxima à de uma 500 moderna, talvez até mais. E o visual fica bom também (nas pratas fica melhor). Saiba que, apesar da CB levar rodas de liga, não é possível usar pneus sem câmera, mais seguros que os de câmera. Mas aqui vai uma dica para quem tem CB (ou qualquer outra moto) com rodas raiadas. Tencione bem todos os raios, deixando a roda alinhada. Aplique então silicone na parte central do aro e deixe secar. Em seguida use fita bem resistente (vulgo silvertape) e recubra a porção onde está o silicone. Isso irá vedar a roda. Aí é só colocar um pneu sem câmera, mais resistente, mais fácil de reparar e mais caro... 

17 – Burrinho de freio: muitos tem problemas com os burrinhos originais, seja os de 4 furos (CB 400) ou os de dois furos (CB 450). Não é caro repará-los, mais saibam que os blindados da CBR 450 servem na medida para as CB’s. Até melhoram um pouco a frenagem, pois são mais leves no acionamento.

18 – Painel: as capas de painel das CB 400 são as primeiras que denunciam um tombo. Também denunciam a idade da moto, pois costumam “secar” os plásticos e até “descamar”. Saiba que são muito difíceis de serem encontradas, então a solução é recuperar a sua capa. É fácil de retirar. Caso esteja ralada, você pode tentar colocar “epoxi” e lixar de leve depois, isso soluciona os riscos (ou até furos...) mais profundos na carcaça. Feito isso, lave bem e com spray PRETO FOSCO, pinte a carcaça. Cuidado com os plásticos das luzes de advertência, encape-os antes. O resultado é ótimo. O painel ficará parecendo novo e é mais fácil lavar e os plásticos ficarão mais protegidos. Quem deu PT (perda total) na carcaça, e não quer ficar sem andar com a moto por causa disto, vale a criatividade. Retire de vez a capa, pinte o copo dos instrumentos de preto fosco e bole uma idéia para o quadro de luzes. Parecerá uma moto dos anos 70, com os instrumentos separados e fica até bacana!

19 – Braçadeiras e afins “cromadas”: as braçadeiras dos carburadores da CB são pintados em uma cor escura. Ela seca com o tempo, encarde, etc. Quem quiser dar mais brilho nesta região do motor, vale a dica. Retire as 4 braçadeira, lave-as com escova de aço (vulgo bombril) até sair toda a antiga tinta. Demora e requer certa paciência. Depois disto seque-as e faça um polimento com uma pasta polidora. Se bem polida parecerá que as braçadeiras foram cromadas. Dá um destaque especial ao motor!! A dica vale para outros periféricos, como o bracinho que aciona o tambor traseiro, etc. Faça o polimento ao menos uma vez ao mês e as peças ficarão ótimas sempre. É nos detalhes que reconhecemos uma moto bem cuidada!!

20 – Manetes: são os primeiros a quebrar em um tombo. Também denunciam a idade da moto, pois os da CB são pretos e com o toque dos dedos eles descoloram. Duas alternativas: ou tira-se toda a tinta e faça polimento; ou refaça a pintura em preto esmalte e use fita isolante na região de toque dos dedos nos manetes. A fita protege a tinta e o visual ficará sempre como novo. É imperceptível visualmente e não prejudica a dirigibilidade.

21– Corrente de Comando: todos que tem CB 400/450 sabem que a regulagem da corrente de comando é feita de forma manual, afrouxando e apertando um parafuso que fica no cilindro, perto dos carburadores. Isto é feito com o motor funcionando.
Uma dica que passo a todos é a seguinte: muitas vezes a folga da corrente é muito grande, a ponto do tensor não ser suficiente para esticá-la. Para adiar um pouco mais a troca existe o macete de abrir a tampa da cabeçote, afrouxar o parafuso do tensor da corrente e forçar (com cuidado) o tensor para baixo. Ainda forçando o tensor, reaperte o parafuso de regulagem.
Lembro que tudo isto é feito com o motor desligado, de preferência frio.
Lembro que este procedimento só é válido para as CB 400/450, já que a CBR 450SR tem ajustador automático da corrente de comando. Na maioria das vezes a corrente fica corretamente regulada, parando de fazer barulho.
Um detalhe interessante no sistema manual de regulagem é que a corrente sofre menos desgaste comparado com a regulagem automática, apesar de ser necessária a regulagem a cada 3.000 kms.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

Cronologia da CB 400/450

Cronologia da CB 400/450

A linha CB 400/450 durou 14 anos no mercado nacional, passou de motocicleta dos sonhos a item brega, mas de qualquer forma se tornou uma clássica e ainda hoje é objeto de desejo de muitos motociclistas. Conheça as várias versões deste best-seller nacional ao longo do tempo.

Em junho de 1980 é lançada a CB 400 (mais japonesa do que nacional, apenas 15% de seu valor era correspondente a peças nacionais). Com tanque de 17 litros, motor refrigerado a ar de 2 cilindros paralelos de 400 cc, 3 válvulas por cilindro que gerava 40 cv a 9.500 rpm e torque de 3,2 kgmf a 8.000 rpm.

Já em outubro de 1981 estava disponível a CB 400 II com guidão mais alto, e pára-lama dianteiro na cor da moto e freio dianteiro com disco duplo, enquanto o traseiro permanecia a tambor.

Em agosto de 1983, apareciam as CB 450 com cilindrada aumentada para 447 cm³, gerava 43,3 cv de potênciae torque de 4,3 kgmf a 6.500 rpm. E para reforçar a novidade, a Honda apresentou a CB em duas versões: Custom e Esporte. A Custom voltou a ter pára-lama dianteiro cromado, guidão alto e apresentava lanterna e alça de apoio bem integradas à rabeta. Os logotipos eram dourados e tendia a um estilo mais norte-americano.

Lançada em conjunto com a Custom em fins de 1983, a CB 450 Esporte tinha um design mais europeu destacado pela pequena carenagem de farol, freio dianteiro com duplo disco e traseiro com disco simples (e enorme). A pintura apresentava grafismo bicolor. Tanto a Esporte quanto a Custom apresentavam novidades como o pisca-alerta, lanterna traseira com lampada dupla, marcador de combustivel no painel, radiador de óleo e uma barra estabilizadora na suspensão dianteira.

A chegada da CB 450 em 1983 não significou o fim da CB 400 que continuou em produção na versão Tucunaré, mas com roupagem da CB 450 standard incluindo o farol quadrado e a rabeta mais dinâmica. A Tucunaré era uma opção básica da linha CB e continuou em produção até outubro de 1984 quando deu lugar à CB 450 básica.

Entre maio e  junho de 1986 a Honda ofereceu uma versão limitada da CB 450 Esporte denominada “Nelson Piquet” com as cores da equipe Williams de Fórmula 1 do tricampeão brasileiro.

Em março de 1986, a Honda tirava de linha as versões Custom e Esporte e as substituia pela versão TR, mais simplificada com guidão alto da Custom e alça de apoio da Esporte. O conjunto de freios retrocede e volta a ter disco simples na dianteira e tambor na traseira.

Em novembro de 1987 a Honda volta a equipar a CB para mantê-la atraente frente às rivais: substitui a TR pela DX que volta a ter freio dianteiro com duplo disco e traseiro com disco simples. A DX duraria mais 7 anos, quando em 1994
saia de linha por se tornar obsoleta frente às opções que chegavam com a abertura das importações.

Fontes: 1) Best Cars Web,      2) Motonline

 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

PROGRAMAÇÃO BARRETOS MOTORCYCLES

Rating:
Category:Other
Programação sujeita a alterações sem prévio aviso.
HORA LOCAL ATRAÇÃO

29/04
14h Som ambiente
Pista de exibição Recepção com equipes de acompanhamento para cadastramento
15h as 19h Som ambiente
Pista de exibição Som com DJ
19:30h Show de acrobacia
Pista de exibição Cachorrão Moto Show
20:30h Show de acrobacia
Pista de exibição Alto Giro
21:30h Show de acrobacia
Pista de exibição Neno Cobras Moto Show
22:30h Show de acrobacia
Pista de exibição Phyra Show Car
23:30h Show Musical
Palco Esplanada Capital Inicial
02:00h Show Musical
Berrantão Os Variados

30/
9h Abertura Recepção com equipes de acompanhamento para cadastramento.
Inscrição dos Motos Clubes
10h Abertura das inscrições do Cross Country Pira
Ruas da cidade Passeio de motos pela cidade
11h Igreja Catedral
Centro de Barretos Missa dos Motociclistas
12h Som ambiente
Pista de exibição Som com DJ
13h Concurso de motos
Mais exótica, maior cilindrada, da cidade mais distante, motociclista mais velho
Memorial do Peão Museu de motos antigas
Inauguração
14h Som ambiente
Pista de exibição Som com DJ
Pista de Cross Treino livre do Cross Country Pira
15h Show de acrobacia
Pista de exibição Neno Cobras Moto Show
16h Show de acrobacia
Pista de exibição Cachorrão Moto Show
17h Show de acrobacia
Pista de exibição Alto Giro
18h Show de acrobacia
Pista de exibição Phyra Show Car
19h Show de acrobacia
Pista de exibição Globo da Morte
21h Arena de Rodeio Desafio Internacional de Free Style
22:30h Berrantão Concurso Garota Motorcycles
23:30h Show Musical
Berrantão Cama Brasileira
0h Show Musical
Palco Esplanada U2 Cover

01/05
9h Abertura Recepção com equipes de acompanhamento para cadastramento.
Inscrição dos Motos Clubes
10h Som ambiente
Pista de exibição Som com DJ
11h Concurso de motos - Premiação
Mais exótica, maior cilindrada, da cidade mais distante, motociclista mais velho
12h Show de acrobacia
Pista de exibição Globo da Morte
13h Show de acrobacia
Pista de exibição Alto Giro
Pista de Cross Largada do Cross Country Pira
Show Musical
Berrantão Barretos Rock Fest
14h Show de acrobacia
Pista de exibição Neno Cobras Moto Show
15h Show de acrobacia
Pista de exibição Cachorrão Moto Show
16h Show de acrobacia Equipe Jorge Negretti (Free Style)
17h Show de acrobacia
Pista de exibição Phyra Show Car
Berrantão Premiação do Cross Coutry Pira
18h Encerramento do evento
Programação sujeita a alterações sem prévio aviso.

BARRETOS MOTORCYLES

Start:     Apr 28, '11 6:00p
End:     May 1, '11
Location:     BARRETOS SP Parque do Peão
BRASIL TERÁ PELA PRIMEIRA VEZ APRESENTAÇÃO DE FREESTYLE EM QUADRICICLO.
Caleb Moore, um dos grandes nomes do esporte nos Estados Unidos, fará uma apresentação incluindo a famosa manobra back-flip no Desafio Internacional de Freestyle em Barretos no próximo mês

Os organizadores do 9º Barretos Motorcycles – um dos maiores encontros de motociclistas do país – confirmaram a realização de uma apresentação inédita no Brasil de quadriciclo Freestyle durante o Desafio Internacional de Freestyle. O Barretos Motorcycles acontece de 29 de abril a 01 de maio no Parque do Peão. Já o Desafio acontece no dia 30.

Uma mega estrutura será montada na Arena do Parque do Peão para receber o Desafio Internacional em que pilotos brasileiros e norte-americanos irão duelar com manobras radicais com motos. A apresentação do quadriciclo, com o piloto norte-americano Caleb Moore é uma das atrações mais aguardadas. “Conseguimos trazer pela primeira vez ao Brasil um piloto profissional de quadriciclo para uma apresentação que deve surpreender”, explica Marcos Murta, presidente de Os Independentes – entidade organizadora do evento.

Caleb Moore é reconhecido por fazer a manobra radical chamada back-flip (mortal de costas) com o quadriciclo. “O veículo confere um grande grau de dificuldade para uma manobra como esta”, continua Murta.

Além da apresentação inédita, o Desafio com os pilotos de MotoCross Freestyle também terá a participação de várias estrelas. Do lado brasileiro Gilmar Flores, o Joaninha, está confirmado no duelo. Considerado o maior piloto brasileiro de Freestyle Joaninha recentemente conquistou o penta na Copa Brasil da modalidade. Já os Estados Unidos disputarão o Desafio com os pilotos Wiley Fullmer e Jimmy Fitzpatrick. Em 2010 Barretos realizou o Desafio e os brasileiros foram os campeões.

Barretos Motorcycles

Considerado um dos maiores encontros de motociclistas do país, o 9º Barretos Motorcycles acontece no Parque do Peão com uma expectativa de público e mais de 80 mil pessoas. O evento conta com uma programação intensa durante seus três dias.

Na sexta-feira, dia 29, a banda Capital Inicial abre a programação que terá ainda outros shows musicais e apresentações de acrobacias de equipes de MotoCross. No sábado, dia 30, além do aguardado Desafio Internacional de Freestyle, o evento terá durante todo o dia shows musicais e apresentações de equipes de MotoCross, além da abertura do Museu da Moto Antiga, show de U2 Cover e Concurso Garota Motorcycles. No domingo, dia 01 de maio, a programação continua com as equipes de MotoCross e o Barretos Rock Fest – festival de bandas de rock.

Se você não consegue acompanhar os ratos pelas estradas, acompanhe no Twitter: @ratosdodeserto

Porque ando de moto

EVENTOS DE MOTO-CICLISMO DE 2011

Yamaha XT1200Z Super Ténéré 2012

Ratos do Deserto

Yamaha XT1200Z Super Ténéré 2012

O sonho de cada motociclista é diferente, mas a máquina dos sonhos sempre é aquela que possibilita que você “Vá Além” de qualquer coisa que já vivenciou antes. Foi para isso que a Super Ténéré foi construída. É um puro sangue que leva o lendário espírito Ténéré além das estradas pavimentadas, para as montanhas ou viagens de longas distâncias.


O que está além da próxima serra? Pode ser um mundo verde ou um trecho árido de terra amarela sob um céu azul. Você poderá encontrar animais selvagens ou os sorrisos do povo local. Fora da cidade para o interior, a estrada à sua frente pode seguir reta como uma flecha ou sinuosa rumo às colinas. Seu caminho pode sair da rota pavimentada para estradas de terra e trilhas. Você pode querer viajar longas distâncias com um(a) amigo(a) na garupa. Ao conduzir a Ténéré, a aventura os espera e os únicos limites são o que você se atreve a sonhar. Esta é a máquina que agrega o sonho de aventura, transpondo fronteiras internacionais, onde quer que o seu sonho o leve.

O olhar do “Funcionalismo humano” e o espírito Ténéré

O design externo da Super Ténéré não é mera decoração. É design escultural baseado na interação entre o piloto e a máquina e a funcionalidade na estrada. O ideal é um design que estimule o condutor orientado a esportes da maneira que somente a Yamaha motos consegue, enquanto que simultaneamente oferece uma composição original de elementos e mecanismos que dão a impressão tanto de engenharia de funcionalidade quanto estética. A Yamaha chama isso de “Funcionalismo humano” e é um estilo que incorpora o espírito Ténéré.

Motor Compacto para Viagens Intercontinentais. Design compacto inovador que se prova em estradas de terra e serras

O sistema de lubrificação é do tipo cárter seco que possibilita a maior distância mínima do solo desejada para performance em estradas de terra. A bomba d’água e balanceiro dianteiro compartilham o mesmo eixo e um desenho inovador é usado onde a bomba de óleo sai do eixo balanceiro dianteiro contribuindo para um propulsor compacto. O desenho do reservatório de óleo do carter seco torna possível a concepção de um chassis mais compacto e melhor centralização das massas, enquanto também oferece generosos 205 mm de vão livre do solo. É claro que a melhor centralização da massa da máquina significa condução mais leve e fáceis manobras em estradas sinuosas, aumentando o prazer na condução em uma variedade de diferentes ambientes.

O novo motor de virabrequim de 270 graus

Pode ser um tanto complicado dizer que a adoção de um intervalo de virabrequim de 270 graus tem o único propósito de melhorar a tração. Na verdade, nesse modelo, o virabrequim de 270 graus não só fornece a forte tração inerente a esse formato, como também uma sensação suave que se aproxima daquela de um motor com virabrequim de 360 graus. A combinação das configurações YCC-T especiais e a otimização do sistema de transmissão com seu eixo cardan conferem uma personalidade totalmente nova ao desempenho desse motor com virabrequim de 270 graus. Essa nova personalidade é tipificada por “abundante tração” do tipo que permite que o condutor acelere com prazerosa potência em marcha alta sem reduzir ao conduzir em estradas secundárias.

Explicação de “torque”

Torque é uma força de dois componentes, a força criada pela combustão, chamada de “torque de combustão”, e a força criada pelo movimento reciprocante do pistão, chamada de “torque inercial”, que juntas constituem o torque total criado pelo motor, chamado de “torque composto”. O que geralmente é chamado de torque, na verdade, é esse “torque composto”. O “torque de combustão” é aquele resultante da combustão e é diretamente relacionado à aceleração do condutor. Por outro lado, o “torque inercial” depende da rpm do motor e é criado pelas revoluções do virabrequim. Portanto, não é diretamente relacionado à aceleração do condutor.

Com um motor de virabrequim de 270 graus de 2 cilindros em linha, o desnível de 90 graus (1/4 de evolução) entre os movimentos das duas bielas reduz o torque inercial a quase zero. Isso confere ao torque composto e ao torque de combustão valores virtualmente iguais. Consequentemente, isso contribui a uma resposta mais linear à aceleração do condutor e características superiores de tração.

Pontos de Desenvolvimento

O apelo do motor de virabrequim de 360 graus de 2 cilindros convencional é seu desempenho suave, enquanto que um motor de virabrequim de 270 graus de 2 cilindros tem a vantagem de maior tração. O novo motor da Super Ténéré foi projetado para fornecer a tração de um virabrequim de 270 graus enquanto adiciona um novo potencial de suavidade parecido com aquele do virabrequim de 360 graus. Isto é possível por um desenho que combina um afinado equilíbrio das configurações do YCC-T especialmente customizada para o virabrequim de 270 graus e o desenho do sistema de transmissão com seu eixo cardan otimizado com engrenagem hipóide para fornecer melhores características de amortecimento.

Características da Super Ténéré

Modo selecionar função adotada

Este modelo vem equipado com a função “YAMAHA D-MODE” que permite ao condutor selecione modos de pilotagem para se adequar a uma maior gama de condições de condução. Esse recurso é possibilitado pelo YCC-T (Yamaha Chip Controlled Throttle/ Chip de Aceleração Controlada) para otimizar a abertura da válvula da borboleta.

Este dispositivo de seleção de modo permite que o piloto escolha o “S Mode”, que faz a sintonia fina da regulagem e resposta do motor para fornecer uma condução mais esportiva, e o “T Mode”, criado para proporcionar facilidade de utilização em viagens ou voltas na cidade, oferecendo, assim, opções para acomodar diferentes preferências e condições de condução. Os dois modos podem ser selecionados por meio de uma chave no guidão e o modo atual de funcionamento pode facilmente ser visualizado em um display no painel de instrumentos.

Controle de tração para uma moto de aventura

Condutores querem curtir o desempenho de alta cilindrada em estradas de terra também. Mas com certeza não faria sentido se ter boa performance em estradas de terra tirasse o prazer e emoção de ter desempenho de alta performance na ponta dos dedos. É por isso que este modelo adota tecnologia de controle de tração. Essa função é embutida no sistema YCC-T (Yamaha Chip Controlled Throttle). Informações dos sensores de velocidade das rodas da frente e de trás são utilizadas para detectar o giro da roda traseira e, então, são processadas instantaneamente pelo ECU e sinais são enviados para regular o YCC-T, tempo de ignição e injeção de combustível de maneira abrangente. Isso ajuda a otimizar a tração na roda traseira, minimizar os efeitos negativos no desempenho da máquina, especialmente durante a aceleração em superfícies com baixa tração, e fornecer melhor dirigibilidade em geral. O sistema também inclui uma escolha de dois modos operacionais, “TCS1” e “TCS2,” bem como uma posição “Off ” (desligada).

ABS com controle linear

Um sistema ABS linear (com capacidade de infinitos ajustes variáveis da pressão hidráulica) é adotado para dar suporte à frenagem do condutor em momentos quando frenagens bruscas devem ser feitas ou ao encontrar mudanças repentinas na superfície das vias. Informações dos sensores nas rodas dianteira e traseira sobre a rpm da roda são utilizadas para calcular a velocidade da roda e taxa de desaceleração, velocidade e patinagem em tempo real. Quando a tendência de travar é detectada a partir desses dados, sinais são enviados para a unidade de controle hidráulico para reduzir a pressão hidráulica ao ocorrer o travamento e aumentar novamente a pressão hidráulica ao se resolver a tendência de travamento. A repetição desse processo possibilita a frenagem sem travar a roda.

Sistema Unificado de Freios (sistema unificado de freio dianteiro e traseiro) ajuda o condutor em momentos como condução em pé

Com certeza, existem momentos, como ao conduzir em pé ou em viagens de longa distância, quando o piloto deseja se ver livre da necessidade de usar o freio traseiro. É aí que o Sistema Unificado de Freios é um recurso bem-vindo. Quando o piloto apertar o freio da frente, o sistema detecta a força aplicada, a velocidade e a carga que se está carregando e ativa um nível apropriado de frenagem da roda traseira por meio de um sistema de controle elétrico. E, para evitar a interferência com o trabalho de frenagem do condutor, o sistema foi projetado para que a função do Sistema Unificado de Freios seja cancelada nos momentos quando o freio traseiro for ativado antes do freio da frente.

Garfo dianteiro com tubos internos de 43 mm de diâmetro

Para fornecer dirigibilidade natural em tudo, de viagens de longas distâncias à condução em estradas de terra e serras, a suspensão dianteira tipo telescópica invertida com tubos internos de 43 mm de diâmetro é adotada. Essa suspensão é totalmente ajustável para pré-carga e amortecimento de forças de compressão e ressaltos. A suspensão traseira é mono-amortecida com link. É ajustável para pré-carga e força de amortecimento de ressaltos. Adicionalmente, para facilitar o ajuste da suspensão para acomodar diversas condições de condução, o mecanismo de ajuste inicial de carga foi projetado para que ajustes possam facilmente ser efetuados sem a necessidade de qualquer ferramenta.

Radiador montado na lateral que contribui para o desempenho ao conduzir

Um radiador montado no lado esquerdo dotado de um desenho que fornece o desempenho de refrigeração necessária, ajuda a possibilitar uma distância entre eixos curta e contribui para a centralização da massa. Isso significa melhor dirigibilidade e performance, em uma variedade de condições de condução. O radiador é do tipo compacto de duas vias com capacidade para 2.1 litros. O fluxo de ar percorre os espaços internos para o radiador e, então, é liberado pelo lado. Isso reduz o efeito do calor do motor no espaço do piloto. Do lado oposto (direito) da Super Ténéré, os componentes elétricos são agrupados em um desenho que considera a facilidade de manutenção.

Tanque de combustível de 23 litros

O posicionamento baixo em relação ao centro de gravidade minimiza o efeito de mudanças no nível de combustível na sensação de pilotagem.

O quadro é projetado para ter características otimizadas de condução

Esse modelo foi projetado para fornecer performance independentemente do tipo de carga, com as configurações base definidas para um condutor, mas com a capacidade de acomodar um passageiro e diferentes quantidades de bagagem. Um fator importante para obter esse resultado é o novo desenho do quadro. Ele usa aço com um conteúdo de carbono precisamente controlado para fornecer um bom equilíbrio entre resistência e flexibilidade que contribui para uma sensação de condução suave e fornece boa dirigibilidade. O quadro traseiro é feito em tubos de alumínio leve, enquanto que o longo garfo traseiro de 580 mm é fabricado através do método de moldagem de baixa pressão para um superior equilíbrio entre resistência e rigidez.

Pedaleira encaixada com inserção de borracha oca

O acolchoamento de borracha achata quando o piloto fica em pé na pedaleira para garantir um melhor contato com a sola da bota e firmeza na máquina.

Suspensão mono-amortecida com link

Uma suspensão mono-amortecida com link é usada. É ajustável para pré-carga e retorno. O mecanismo de ajuste de pré-carga foi projetado para que ajustes possam ser feitos facilmente sem utilizar qualquer ferramenta.

Bagageiro triplo (multifuncional)

O “bagageiro triplo (multifuncional)” em resina plástica que vem de fábrica foi projetado para acomodar uma grande variedade de utilizações. O usuário pode escolher de três tipos de utilizações: 1) Forma padrão, 2) com um baú traseiro (opção) que pode ser montado sem qualquer dispositivo adicional de acoplamento e 3) como uma superfície de bagageiro plana removendo a garupa.

Escapamento curto 2-em-1 elíptico com catalisador de 3-vias

O escapamento elíptico de seção transversal curta 2-em-1 contribui para um design mais fino da carenagem e melhor centralização das massas. Com uma estrutura de expansão em 2 estágios, ele produz um barulho rítmico de exaustão a partir dos intervalos de combustão de 270-graus/450-graus. Um catalisador tipo colméia posicionado no ponto onde os dois escapamentos se encontram funciona em combinação com o sistema de injeção de combustível aumentado por sensor de O2 para limpar os componentes de CO, HC, NOx da exaustão e conseguir um excelente desempenho ambiental. Um sensor de O2 é encaixado para cada um dos dois cilindros para monitorar as condições de combustão em sincronia com o pulso de exaustão do motor com virabrequim de 270-graus para informações altamente precisas.

Motor de 2 cilindros em linha de 4 tempos refrigerado por radiador para muita tração

O motor de injeção eletrônica de 1.199cc com um balanceiro primário de 2 eixos tem uma taxa de compressão de 11.0:1 e produz a potência máxima de 110 cv a 7.250 rpm. Os cilindros têm uma inclinação para frente de 26 graus, a admissão tem um limpador de ar hemisférico e a injeção de combustível usa um injetor com 12 furos que injeta combustível finamente atomizado na câmara de combustão alta pressão. A câmara de combustão de duas velas encurta a distância exigida de difusão de chama e acelera o tempo de combustão, contribuindo, assim, a um excelente caráter de torque. O pistão é feito em alumínio forjado mais forte devido à sua estrutura metalúrgica mais densa e, portanto, pode ser mais leve para reduzir a vibração. As bielas são carburizadas para alcançar um alto teor de carbono na área da superfície para aumentar a confiabilidade. O design compacto do motor e entrada de corrente descendente ajudam a possibilitar uma distância otimizada entre os eixos e outras dimensões do chassis similares contribuem para um excelente desempenho de condução.

Opcionais

BAGAGEM

Baús laterais

Baús laterais resistentes e robustos com o familiar estilo Ténéré
Sistema operacional com um chave (fechaduras para baús laterais e superior) * Capacidade (esquerdo: 29 litros – direito: 32 litros)

Kit de Fixação de Baú Lateral

Precisa de fixadores de baú lateral para montar os baús

Baú traseiro

Capacidade para armazenar um capacete de rosto inteiro (30 litros)
Sistema operacional com uma chave
Baús laterais combinando

Bolsas Internas para Baús Laterais 
Essas bolsas internas foram desenvolvidas para complementar a estilização dos baús laterais Ténéré. Fáceis de carregar devido às alças grandes (que podem ser escondidas dentro do compartimento, veja as fotos) Alça de ombro removível e opção para expandir o volume da bolsa

Bolsas Internas para Baú Traseiro 
A bolsa interna para o baú traseiro também vem com alças grandes (que também podem ser escondidas no compartimento, veja as fotos)
Alça de ombro removível
Grande abertura que facilita colocar e remover seus pertences

Bolsa de Tanque 
Resistente bolsa grande de tanque (20 litros / 25 litros) para levar toda sua bagagem adicional, fácil de montar e desmontar e fácil de carregar com alça de obro adicional. Expansível para aumentar o volume quando necessário
O fundo anti-derrapante e o forte imã garantem um encaixe seguro. A bolsa pequena é removível e fácil de acoplar ao seu cinto. Inclui capa de chuva

FARÓIS

Protetor de Farol 
Placa de policarbonato de 3 mm para proteger seu farol contra o impacto de pequenas pedras
Aumenta a aparência de aventura da moto.

Kit de Luz de Neblina 
Conjunto de lâmpadas de neblina 2 PIAA de 55 Watt cada
Podem ser montadas na unidade diretamente ou no protetor do motor

PROTEÇÃO E CONFORTO

Defletores de vento 
Defletores laterais de vento de revestimento resistente em policarbonato de 4 mm
Fornece melhor proteção contra o vento para viagens ainda mais confortáveis

Placa Protetora 
Placa protetora forte de alumínio com 3 mm de espessura para substituir a placa protetora padrão de plástico

Protetor de Motor 
Fortes e espessos tubos metálicos
Revestimento em estilo Black powder
Minimiza os danos à sua moto caso ela caia acidentalmente
Pode segurar o kit original de luz de neblina

Bolha alta 
Bolha de policarbonato com revestimento resistente de 4 mm para fornecer melhor proteção contra o vento para viagens ainda mais confortáveis
Vem com aprovação WVTA
Pode substituir a bolha original

CONFORTO E CONVENIÊNCIA

Kit Aquecedor de Manopla 
Para mão mais quentes em dias mais frios e maior conforto de condução
Equipado com função de desligamento automático para proteger sua bateria quando a carga estiver baixa

Capa de Tanque Super Ténéré 
Novo design para enfatizar a aparência de aventura da sua moto

Banco Baixo 
35 mm mais baixo que o banco original
Mais estreito Para melhor acessibilidade ao chão
Mesmo design que o banco original

 Especificações técnicas: XT1200Z Super Ténéré

Motor 
Tipo refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC, 2 cilindros em linha, 4 válvulas, injeção de combustível, dupla ignição
Cilindrada 1199cc
Diâmetro x curso 98 x 79.5 mm
Taxa de compressão 11.0:1
Potência máxima 110 cv a 7.250 rpm
Torque máximo 11.6 kgf.m a 6.000 rpm
Sistema de lubrificação Cárter seco
Sistema de combustível Injeção de eletrônica
Tipo de embreagem multidisco banhado a óleo
Sistema de ignição Elétrica
Sistema de transmissão Permanentemente engrenada, 6 velocidades
Transmissão final Cardan

Chassis 
Quadro: Backbone em aço
Suspensão dianteira: Garfo telescópico, tubo de 43 mm, pré-carga ajustável, amortecimento de compressão e retorno
Curso da roda dianteira: 190 mm
Suspensão traseira: Mono-amortecedor, ajustável para pré-carga e retorno
Curso da roda traseira: 190 mm
Freio dianteiro discos duplos: hidráulicos tipo “wave” de 310 mm ABS/ Sistema de Frenagem Unificado
Freio traseiro: Disco hidráulico tipo “wave” de 282 mm
Pneu dianteiro: 110/80R19M/C 59V
Pneu traseiro: 150/70R17M/C 69V

Dimensões
Comprimento total: 2,255 mm
Largura total: 980 mm
Altura total: 1.410 mm
Altura do assento: Ajustável 845-870 mm
Distância entre eixos: 1.540 mm
Distância mínima do solo: 205 mm
Peso total (ordem de marcha): 261 kg
Capacidade do tanque de comb.: 23 litros
Quantidade de óleo: 4,2 litros
Cor: Azul Viper

Preço: R$ 59.800,00. Preço público sugerido, posto Guarulhos, São Paulo.

Projetos dos anos 80 mostram a longa evolução dos modelos da série Ténéré
A Herança Ténéré – história

Em meados dos anos 70, a tecnologia 4 tempos do motor Yamaha acabava de dar um grande passo à frente. Nessa época, os fabricantes japoneses se dedicavam ao desenvolvimento de modelos multi-cilíndricos com entrega de alta potência. A Yamaha também estava respondendo às expectativas do mercado através da apresentação de modelos de 4 tempos, como o modelo XS750 DOHC refrigerado a ar de 3 cilindros em linha, o modelo XS500 DOHC de dois cilindros em linha e 4 válvulas e seus modelos da série RD de 2 tempos, um depois do outro.

Entretanto, ao mesmo tempo, a Yamaha Motor embarcava em uma aventura totalmente nova envolvendo um tipo de motocicleta completamente diferente daqueles principais modelos. Era a XT500 impulsionada por um motor refrigerado a ar de um cilindro de 500cc 4 tempos que contrastava fortemente com os modelos multi-cilíndricos de alta potência da época. A XT500 foi desenvolvida em um projeto iniciado em paralelo com o desenvolvimento de um modelo de competição para os Enduros que eram tão populares nos EUA naquela época. Foi revelada no salão da motocicleta de Tóquio em 1975 e lançada como modelo de exportação em 1976 para ser altamente aclamada, na Colômbia na América do Sul onde foi chamada da Rolls Royce das motocicletas.

O motor da XT500 com seu desenvolvimento de potência uniforme oferecia um tipo completamente diferente de experiência de condução em relação aos modelos multi-cilíndricos. Proprietários na França e Itália usavam suas XT500s para entrar em ralis de praia e no Norte da África. No motociclismo na selva e deserto, onde um torque poderoso era constantemente exigido, a XT500 fornecia desempenho que se encaixava perfeitamente às necessidades.

Ao final dos anos 70, a XT500 registrou um grande feito que entraria para a história. Em 1979, um rali que ia de Paris atravessando o continente africano e terminava após mais ou menos 10.000 km na praia de Dakar foi promovido pela primeira vez. No início, poucos fabricantes de automóveis e motocicletas se interessavam pelo novo rali, mas a importadora Yamaha da França, a Sonauto (Posteriormente Yamaha Motor France), liderada por Jean-Claude Olivier, ativamente apoiava indivíduos entrando no rali. Com esse apoio, Cyril Neveu venceu os dois primeiros ralis Paris-Dakar (1979 e 1980) com uma XT500 modificada.

E não foi somente a condução de Neveu que atraiu atenção. O enorme número de participantes pilotando XT500s nos primeiros ralis Dakar, bem como o apelo e confiabilidade de aventura ao pilotar essas máquinas Yamaha ficaram conhecidos mundialmente.

Em 1983, quatro anos depois da sua primeira vitória em Dakar, a XT500 evoluiu para o modelo de produção “XT600Z Ténéré.” O nome Ténéré, e claro, veio do nome do deserto no Niger pelo qual passava o trajeto do Rali Dakar.

Equipado com um tanque de combustível de 30 litros, um grande bagageiro e assento com acolchoamento mais profundo, radiador de óleo e freio dianteiro a disco, esse modelo ficou popular como uma incorporação do sonho de pilotar no Rali Dakar. Essa XT600Z Ténéré rapidamente ganhou seguidores devotos nos países europeus e, claro, foi a motocicleta base para um crescente número de pilotos participando no Rali Dakar.

A partir de 1981, o Rali Dakar começou a ser organizado pela FIA/FIM e cresceu para o status de uma corrida de aventura de classe mundial com um número crescente de inscrições e envolvimento de várias montadoras do mercado automobilístico.

Consequentemente, com o passar dos anos se tornou uma corrida mais rápida e competitiva. Naquela época, a Yamaha Motor respondeu à solicitação de seu distribuidor Sonauto e o grupo de desenvolvimento de modelos de produção desenvolveu máquinas para o Rali Dakar. As tecnologias ganhas com aquele projeto foram usadas nos modelos de produção que a Yamaha lançou.

Essa utilização de tecnologias foi resultado de um projeto que começou quietamente ao final de 1987. Foi um projeto para desenvolver um novo modelo de produção com um maior potencial para performance de alta velocidade no deserto e o modelo resultante foi o XTZ750 Super Ténéré. Seu protótipo foi revelado pela primeira vez no Salão da Motocicleta de Paris em 1988, com um motor de dois cilindros em linha de 4 tempos com refrigeração líquida com um intervalo de virabrequim de 360 graus montado em um quadro baseado em tecnologias da motocicleta de fábrica do Rali Dakar e o tipo de funcionalidade exigida em rali no deserto.

É claro que ela também supria as demandas de desempenho em estradas pavimentadas e de terra quando foi lançada como modelo de produção em massa em 1989. Esse foi o modelo que verdadeiramente colocou o sonho de correr no Rali Dakar ao alcance de muito mais pilotos.

A Ténéré de um cilindro continuou sendo desenvolvida ao mesmo tempo. A XTZ660 Ténéré movida a um motor de 5 válvulas, um cilindro SOHC com refrigeração líquida foi lançada como modelo de produção em massa em 1991. Esse formato de 5 válvulas com radiador era o mesmo das máquinas Dakar de fábrica da Yamaha de 1988 e 1989.

Após isso, não haveria nenhum modelo de produção Ténéré, até ser ressuscitada com o modelo XT660Z Ténéré em 2008. Pegando o modelo XT660R lançado em 2004 com um motor de injeção eletrônica de 4 válvulas, 4 tempos com refrigeração líquida como base, essa versão incluía um tanque de combustível de 23 litros e peças especiais do exterior e reascendeu o sonho de pilotagem de aventura no coração de muitos pilotos, ganhando popularidade com mais seguidores.

Estréia da Máquina de Fábrica Ténéré

Depois que o Rali Dakar se tornou uma corrida oficial da FIA/FIM em 1981, as montadoras de carros e motocicletas começaram a entrar no rali com máquinas de fábrica seguidamente. Muitos participantes particulares continuaram se inscrevendo com modelos modificados de modelos de produção como as XT500 e XT600Z Ténéré, mas, ao mesmo tempo, o grupo de desenvolvimento de modelos de produção em massa da Yamaha Motor também desenvolveu máquinas especificamente para o Rali Dakar baseadas nos seus modelos de produção em massa mediante solicitação da Sonauto e outros. Isso levou ao lançamento da XT600 Ténéré em 1985.

Essa foi a primeira vez que o nome Ténéré foi usado para uma máquina desenvolvida pela Yamaha Motor no Japão especificamente para o Rali Dakar. Ela tinha um tanque de combustível de 51 litros dividido em um tanque principal e dois sub-tanques posicionados separadamente no lado direito e esquerdo da máquina. J.C. Olivier (há muitos anos presidente da Yamaha Motor França) pilotou essa máquina para chegar em 2o no Rali Dakar. Outros pilotos Ténéré completaram os primeiros quatro no Rali.

O ano seguinte, 1986, viu o lançamento da FZ750 Ténéré com motor de 4 cilindros e, então, a YZE660 Ténéré de um cilindro e a YZE920 Ténéré de 4 cilindros em 1987. Então, 1988 viu o nascimento da YZE750 Ténéré (OW93 / a primeira a ser desenvolvida pela equipe de desenvolvimento de corrida da Yamaha) movida a um motor de 5 válvulas, dupla ignição, um cilindro e refrigeração líquida. Essa e as máquinas Ténéré que viriam se tornaram símbolos amplamente conhecidos do espírito competitivo da Yamaha e seu sucesso no Rali Dakar.

Em 1990, um modelo YZE750T Super Ténéré de 2 cilindros desenvolvido pelo departamento de corridas da Yamaha foi apresentado. Era movido a uma versão do motor XTZ750 Super Ténéré de produção em massa aumentado para 802.5cc para conseguir desempenho extra de velocidade. Em 1991, uma versão ainda mais desenvolvida (0WC5) desse modelo foi introduzida.

A equipe da Sonauto e a equipe Yamaha Itália juntas inscreveram oito dessas motocicletas no Dakar e ganharam as primeiras três posições, trazendo para a Yamaha sua primeira vitória no Dakar em dez anos. O vencedor, Stefan Peterhansel, com uma YZE750T Super Ténéré, venceria mais três ralis Dakar em seguida até 1993, quando venceu com uma YZE850T Super Ténéré.

O ano seguinte, 1994, testemunhou uma alteração nas regras do Rali Dakar proibindo a utilização de máquinas de fábrica, o que levou a Yamaha a se retirar do rali naquele ano.

Depois disso, a Yamaha desenvolveu o modelo de produção XTZ850R especificamente para rali e forneceu para equipes para serem usadas no rali Dakar de 1995. Essa máquina foi desenvolvida para cumprir o novo regulamento do Dakar que regia que as máquinas fornecidas pelas várias montadoras tinham que ser modelos de produção que haviam vendido pelo menos 15 unidades no mercado geral. Esse modelo foi vendido por aproximadamente 140.000 francos.

Peterhansel pilotaria essa máquina para a sua quarta vitória pessoal do Dakar naquele ano. Para 1996, aquele modelo foi substituído pela XTZ850TRX com um virabrequim de 270 graus que fortaleceu ainda mais a competitividade da equipe e forneceu apoio particular ao mesmo tempo. Depois disso, pilotos Yamaha venceram quatro ralis Dakar consecutivos até 1998. Depois desse 20o ano da competição Dakar, a Yamaha parou de participar do Dakar com impressionantes 9 vitórias nos 19 ralis em que competiu.

Dessa forma, o nome Ténéré veio a ser usado em muitas motocicletas de fábrica depois da estréia do modelo de produção em massa XT600Z Ténéré de 1983. Por trás desse nome estava a filosofia da Yamaha de perseguir o sonho de pilotagem de aventura que conquistou o coração de muitos motociclistas com brilhantismo.

Uma das tecnologias nascidas dessa tradição de contínuo desenvolvimento da Ténéré que não pode ser ignorada é o motor com virabrequim de 270 graus. Esse motor foi pesquisado e desenvolvido como um formato ideal para produzir o tipo de tração fenomenal necessária para conquistar as areias do deserto onde o Rali Dakar era disputado. Esse formato foi o resultado de extensa análise do desempenho das motocicletas de fábrica YZE750T Super Ténéré e YZE850T.

O excelente desempenho de tração desse motor nos desertos também traduzia em excelente tração no asfalto do dia a dia também. Esse fato logo levou à sua utilização no modelo esportivo para estradas TRX850 lançado em 1995. Depois disso, também foi adotado nos modelos da série TDM. E, com as máquinas Dakar de fábrica, o formato de virabrequim de 270 graus foi adotado na XTZ850TRX de 1996 mencionada anteriormente e conduziu Edi Orioli e Stefan Peterhansel a vitórias no Dakar em 1997 e 1998.

Textos Relacionados:

  1. Yamaha XT1200Z Super Ténéré – 2012
  2. YAMAHA FAZER YS250 2012 A VENDA NA REDE DE CONCESSIONÁRIOS AUTORIZADOS
  3. Yamaha TÉNÉRÉ 250 – 2011
  4. Yamaha Fazer YS 250 – 2012
  5. Teste da Nova Yamaha Tenere 250 – 2011 “Por: Marcos Branco”